FREVO DIABO
Chico Buarque (Brazil) - 1987-1988
É bom, é brabo, é o frevo
Diabo no corpo, torto, corpo
Pára mais não
Fogo no rabo de qualquer cristão
Solta o frevo diabo e adeus procissão
Pelo sinal da santa cruz pandemônio
No dia da padroeira
Não tem romeira, tem, são morenas
Não tem novenas, diabo, a gente é feliz
Não tem sermão, tem não, tem orquestra
E cana, e briga, e fogo, e festa
Na matriz
É o barro, o berro na garganta
Olha a ginga da santa
Devagar com o andor
Meu corpo já não sabe o que faz, Satanás
Diz pra parar, que eu já não posso mais
Diz pra parar, faz um pouco mais
Faz o Diabo
Hoje é que eu me acabo, meu irmão
É para pular, não, para parar, para bulinar
Não, para parar, para arrebentar
Frevo diabo
Hoje é que eu me acabo, meu irmão