VOZES DA SECA
(Luiz Gonzaga / Zé Dantas)
Raimundo Fagner - 1988
Seu doutô os nordestino têm muita gratidão
Pelo auxílio dos sulista nessa seca do sertão
Mas doutô uma esmola a um homem que é são
Ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão
É por isso que pedimos proteção a vos micê
Homi por nós escoído para as rédias do poder
Pois doutô dos vinte estados temos oito sem chovê
Veja bem, quase a metade do Brasil tá sem cumê
Dê serviço a nosso povo, encha os rio de barragem
Dê comida a preço bão, não esqueça a açudagem
Livre assim nós da esmola, que no fim dessa estiagem
Lhe pagamos inté os juros sem gastar nossa coragem
Si o doutô fizer assim salva o povo do sertão
Quando um dia a chuva vim, que riqueza pra nação
Nunca mais nós pensa em seca, vai dá tudo nesse chão
Como vê, nossos destino mecê tem na vossa mão.